
Já faz um tempo que o implante do BioChip em seres humanos tem sido apontado como sendo a marca da besta, tal como os códigos de barra e cartões de crédito já foram. Algumas pessoas dedicadas ao movimento de batalha espiritual fazem sensacionalismo e exibem imagens em seus seminários dizendo que o BioChip é a marca da besta descrita no livro de Apocalipse.
Mas será que essa informação é verdadeira? Quantos já pesquisaram (por si mesmos) a respeito deste assunto antes de darem crédito a esta ou aquela pessoa que aponta o BioChip como sendo a marca da besta do livro de Apocalipse? E também onde estão aquelas pessoas que no passado (não muito distante) afirmavam categoricamente que o código de barras e o cartão de crédito eram a famigerada marca, sendo que hoje todos os livros, CDs e Dvds evangélicos são produzidos com código de barras, os quais são pagos pelos crentes com cartões de crédito?
É impressionante como que tais boatos terroristas correm e de repente desaparecem, dando lugar a um novo boato, sendo que boa parte de nós evangélicos fingimos que tudo isso é normal. Mas não é normal! Todo boato é mentira, mentira é fruto do diabo e quem empresta sua boca (ou email) para passar um boato adiante, por mais que ele tenha aparência de verdade, a pessoa está prestando um serviço ao diabo e não a Deus.
Essa história do BioChip ser a marca da besta surgiu em fevereiro de 2004 e ganhou versões em várias línguas no mundo inteiro e, de acordo com o site americano BreakTheChain.org, a versão original desse slide show é daqui do Brasil! Coisa de brasileiro, hein?
Em resumo, o texto, que vem acompanhado de várias imagens em uma apresentação de Power Point, diz que há um projeto mundial onde o governo instalará um micro-chip em cada cidadão e, com esse implante poderemos fazer transações financeiras e aboliremos de vez o dinheiro e os documentos.
Analisando a apresentação, podemos notar que ela tem a mesma estrutura de várias farsas que já pesquisamos aqui no E-farsas.com:
- é confuso e alarmista;
- usam, em alguns trechos, várias palavras em MAIÚSCULAS, para chamar a atenção;
- diz que a informação é recente, apesar de ser bem antiga;
- usa trechos da Bíblia para confundir o leitor;
- cita nome de empresas multinacionais;
- pede para ser repassado ao maior número de pessoas;
Logo no primeiro slide, o texto diz que essa é a novidade mais recente do mundo! Se isso fosse verdade, já não seria mais novidade devido ao tempo que ela já circula pela rede.
Em seguida, pode-se ler que o aparelho (do tamanho de um grão de arroz!) já tem ajudado a inibir vários seqüestros de empresários em todo o mundo. Fica claro aqui o que o autor não foi feliz na escolha da palavra “inibir”. Como que um aparelho invisível inibiria um seqüestro? Poderia ser usado, nesse trecho, a palavra “resolver” ou “acabar” com seqüestros. A língua portuguesa é assim mesmo: uma palavra mal colocada estraga todo o sentido de uma frase…
Mais adiante o autor explica como a “novidade” funciona e que vários países já estão envolvidos no projeto. Diz também que foram gastos mais de um milhão de dólares só para descobrirem que os únicos lugares no corpo humano onde é possível se fazer o implante são: a mão direita e/ou a testa! Aí vêm algumas dúvidas:
- O que tem de diferente na mão direita que não tem na esquerda? E quem é canhoto?
- Como que o corpo humano, tão complexo e cheio de lugares (e buracos!) tão interessantes para se colocar um aparelho do tamanho de um grão de arroz, não tem outro lugar para se implantar o mondex?
A resposta é simples: o autor criou esse trecho só para poder “coincidir” com o trecho citado na Bíblia.
O texto diz que o processo cirúrgico é muito complicado, tão complicado que a sua remoção é muito difícil e quase impossível, porém, em uma das imagens podemos ver que a ”ferramenta” usada no implante é uma seringa. Difícil? Acho que não…
Uma prova de que há outros lugares no nosso corpo para se implantar algum dispositivo é uma notícia que foi publicada na revista Veja, na edição 1.743, de 20 de março de 2002. Segundo a revista, a empresa Applied Digital lançou em 2002 um micro-chip chamado de VeriChip, que é implantado no braço ou ombro, e emite a localização exata de seu portador, no caso de um seqüestro.
Também não é necessário se recorrer à chips para abolir o cartão magnético. O banco Bradesco, por exemplo, começou a utilizar em 2008 um sistema de autenticação do cliente pela palma da mão! Para retirar dinheiro em um caixa eletrônico, o cliente coloca a mão aberta em um escâner e esse reconhece a mão e libera a grana. E não precisa ser necessariamente a mão direita! Pode ser usada qualquer uma das mãos, desde que essa seja pré-cadastrada no sistema do banco. O sistema reconhece o padrão das veias da mão, que é único em cada indivíduo, tornando impossível qualquer tipo de fraude!
O professor Gilson Medeiros, graduado em teologia e pós-graduado em sociologia, explica em seu blog mais alguns pontos que denunciam a inveracidade do implante Mondex.
Só para terminar, o nome Mondex pertence à empresa MasterCard e refere-se á tecnologia usada nos smart cards, ou seja, não tem nada a ver com implantes em seres humanos, e sim com chips usados em cartões de crédito e débito.
Conclusão!
A informação é falsa! Não há nenhum projeto de se implantar chips em nossas mãos e/ou em nossas testas!
Só para esclarecer, acesse: http://guerreirosdaluz.com.br/2011/01/15/terrorismo-gospel-o-biochip-e-a-marca-da-besta/
Não deixem que te enganem, não acredite em tudo o que ouve ou lê logo de início. Pesquise, estude e analise.