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sábado, 30 de junho de 2012

Conhecendo o Haiti.


O Haiti é o país mais pobre da América. A este triste cenário, se acrescentam golpes militares frequentes, ditaduras, violência e desastres naturais.

O Haiti ocupa a porção oeste da ilha de Espanhola, no Caribe. São 24 700 quilômetros quadrados de superfície montanhosa, interrompida apenas pela planície litorânea e pelos vales dos rios. O clima é tropical, com média de temperatura de 27 graus centígrados.

A vegetação original de florestas do país foi devastada nos últimos séculos pela ação do homem para obtenção de lenha e para aumento da área agrícola, ficando preservada somente nas regiões mais altas e de difícil acesso. Animais típicos do país são os iguanas, os jacarés, as hutias, os peixes-bois-marinhos e a baleia-jubarte. Árvores típicas são o mogno, o jacarandá, o pinho, o cedro-antilhano, a palmeira-real, o carvalho-do-haiti e espécies xerofíticas.

O país costuma ser atingido por furacões e tempestades tropicais durante o verão. O rio principal é o Artibonite, que nasce nas montanhas do centro da ilha, corta o vale no centro do país e deságua no golfo de Gonâves. Existe um grande lago de água salgada no interior do país: o Azuei, também chamado Saumâtre.

Os primeiros europeus a chegarem ao atual território do Haiti foram os espanhóis da expedição de Cristóvão Colombo de 1492. Na noite de natal, a nau Santa Maria encalhou na costa norte do Haiti e teve de ser abandonada. Os espanhóis seguiram a viagem de exploração da região, porém deixaram um grupo de 39 homens no local, no forte construído com os restos da nau Santa Maria, o Forte Natividade (La Natividad), no local da atual cidade haitiana de Molhe São Nicolau (Môle Saint-Nicolas). Quando voltaram à cidade, no ano seguinte, Colombo constatou que a mesma havia sido arrasada pelos indígenas.

A ilha batizada por Colombo como A Espanhola (La Española) era conhecida pelos índios locais tainos como Quisqueia. Os espanhóis ocuparam principalmente a porção leste da ilha, onde fundaram a cidade de Santo Domingo. A porção oeste da ilha ficou esquecida, o que possibilitou que ela fosse ocupada por piratas franceses ao longo dos séculos XVI e XVII. Especialmente a Ilha da Tartaruga (Île da la Tortue), na costa norte do Haiti, que se tornou uma famosa base de piratas. Em 1697, através do tratado de Ryswick e em 1777, através do Tratado de Aranjuez, a Espanha cedeu, oficialmente, à França, a posse da porção oeste da ilha.
Verificando a fertilidade do solo local, os franceses passaram a plantar tabaco, índigo, cana-de-açúcar e café na região. Como os índios locais tainos haviam sido massacrados pelos espanhóis, os franceses passaram a importar escravos africanos para trabalhar nas plantações. Os franceses denominaram a colônia São Domingos (Saint-Domingue). A capital inicial da colônia foi Cabo Francês. Em 1770, a capital foi transferida para a cidade de Porto do Príncipe, que havia sido fundada em 1749, no local de um antigo hospital utilizado pelos piratas. São Domingos tornou-se uma das mais lucrativas colônias europeias na América, sendo apelidada de "pérola do Caribe". Porém, em 1789, com a revolução Francesa, a agitação política na metrópole se transferiu para a colônia caribenha, gerando uma revolta de escravos em 1791 que culminou na abolição da escravidão em 1793 pelos representantes do governo revolucionário francês em São Domingos, Léger-Félicité Sonthonax e Étienne Polverel.

Durante a revolta, os proprietários de terras brancos foram massacrados pelos escravos. O cônsul francês Napoleão Bonaparte enviou, em 1802, uma força militar para restabelecer a ordem em São Domingos. Após violentos combates contra os revoltosos, o exército francês liderado pelo general Leclerc acabou por triunfar e enviar o principal líder da rebelião, Toussaint Louverture, para uma prisão na França, onde veio a morrer no ano seguinte em decorrência do rigor do clima e da má nutrição.

Porém a revolta prosseguiu em São Domingos, culminando na declaração de independência em 1804 por um companheiro de Louverture, Jean-Jacques Dessalines. O novo país passou a se chamar Haiti, que era o nome indígena de uma região da ilha e que significava "terra de altas montanhas". Dessalines se autoproclamou imperador Jacques I, porém acabou sendo assassinado em 1806. O país se dividiu em dois: uma monarquia no norte, sob o comando de Henri Cristophe e uma república ao sul, sob o comando de Alexandre Pétion. Henri Cristophe construiu uma grande fortaleza ao norte: a cidadela de La Ferrière. No mesmo ano em que fortaleza terminou de ser construída, 1820, Henri Cristophe se suicidou diante da iminência de uma rebelião popular.

Enquanto isso, Alexandre Pétion morreu, de febre amarela, em 1818. Sucedeu-o, como líder da República do Haiti, Jean Pierre Boyer, que retomou a região norte do Haiti, pondo fim ao Reino do Haiti. Em 1822, com a independência da República Dominicana, na porção leste da Ilha de Espanhola, a República do Haiti invadiu a região e unificou a ilha. Em 1825, a França aceitou reconhecer oficialmente a independência haitiana em troca de uma indenização de noventa mil francos. A alta quantia da indenização forçou o governo de Boyer a aumentar os impostos, o que diminuiu sua popularidade. Em 1843, uma revolução forçou Boyer a abdicar do cargo de presidente e a se exilar. A instabilidade política permitiu à República Dominicana expulsar os haitianos no ano seguinte. Daí em diante, os governos haitianos se sucederam velozmente, sem conseguir deter a onda de rebeliões.

Em 1857, os Estados Unidos reivindicaram a posse da ilha haitiana de Navassa, que possuía reservas abundantes de guano. O guano, na época, era uma importante matéria-prima para a indústria de fertilizantes. Não obstante os protestos haitianos, a companhia estadunidense Navassa Phosphate Company explorou o guano na ilha de 1865 até 1898. Em 1915, os Estados Unidos invadiram o país para proteger os interesses do banco Kuhn, Loeb & Company. Os Estados Unidos permaneceram no país até 1934. Após a saída estadunidense, o país retomou sua rotina de instabilidade política e rebeliões. Em 1957, François Duvalier foi eleito presidente e iniciou uma ditadura baseada na violência de sua milícia pessoal, os tonton macoutes. Duvalier permaneceu no poder até sua morte em 1971, sendo sucedido por seu filho Jean-Claude Duvalier. O filho continuou a política do pai até ser derrubado por um levante popular em 1986.

Após a queda de Jean-Claude Duvalier, o país retomou a sua instabilidade política costumeira. Em 2004, a Organização das Nações Unidas iniciou uma ocupação militar do país para estabelecer a ordem. Em 2010, um terremoto de grau sete arrasou o sul do país, deixando 200 000 mortos e mais de 1 000 000 de desabrigados.
O país possui duas línguas oficiais: o francês e o crioulo haitiano, que é derivado do francês. O francês é utilizado no ensino e na administração governamental, enquanto que o crioulo haitiano é a língua mais utilizada nas ruas.

O cristianismo católico é a religião da maioria dos haitianos (85 por cento), seguido pelo cristianismo protestante (quinze por cento), que vem tendo um grande crescimento recentemente. A religião afro-haitiana, o vodu, é praticada pela população conjuntamente com o cristianismo. O vodu baseia-se na possessão de seus praticantes pelas loas, os deuses do vodu.

A música utilizada nas cerimônias vodus influenciou o estilo musical nacional: o compas. Outro estilo musical típico do país é o rara ou gaga, que é tocado nas proximidades da páscoa em desfiles populares. O ritmo é originário da República Dominicana e tem, como principal instrumento, uma corneta de bambu chamada vaksen.
Uma das maiores festas populares haitianas é o carnaval. O prato básico dos haitianos é o arroz com feijão, acompanhado de frango frito, porco frito, farinha de milho, legumes e pimenta. Em termos arquitetônicos, merecem destaque os palácios e fortalezas construídos no início do século XIX por Henri Cristophe no norte do país. Hoje, as suas ruínas são patrimônio da humanidade segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

O maior problema econômico do Haiti é o desemprego. Dois terços da população vivem de subempregos, muitas vezes vivendo com uma renda de menos de dois dólares estadunidenses por dia. Não há uma atividade econômica de destaque, seja na agricultura, na indústria ou no setor de serviços. A violência é uma constante nas ruas, o que inibe ainda mais eventuais empreendimentos econômicos.

Um fator que prejudica ainda mais o desenvolvimento econômico é a alta densidade populacional do país: 292 habitantes por quilômetro quadrado, a 28ª maior densidade populacional entre os países do mundo. O Brasil, por exemplo, tem 22 habitantes por quilômetro quadrado e Portugal, 115. Essa alta densidade populacional exaure as reservas naturais do país.

Um oásis nessa ausência de perspectivas econômicas é o balneário de Labadie, na costa norte haitiano. O balneário é alugado para a companhia de cruzeiros marítimos norueguesa-estadunidense Royal Caribbean International desde 1985 e se localiza numa península separada do resto do território haitiano por cadeias montanhosas e por uma força privada de segurança. O balneário proporciona empregos diretos ou indiretos para seiscentos haitianos, além de a companhia pagar seis dólares ao governo haitiano por cada turista trazido.

O país possui muitas construções históricas no norte do país. É atrações com grande potencial turístico, desde que sejam dotadas da infraestrutura necessária em segurança, transporte, alojamento, alimentação, orientação turística etc.

A caótica realidade haitiana deste início de século XXI nos leva todos a pensar em alternativas para combater a miséria nesse país. Outro tema que domina as discussões no mundo atualmente é a questão da preservação ambiental. O fato de ambos os temas, Haiti e ecologia, estarem em voga ao mesmo tempo nos leva, naturalmente, a encarar a questão haitiana sob o prisma ecológico. A luta pela preservação ambiental no Haiti passa, necessariamente, pelo controle demográfico, pois o país apresenta uma alta densidade populacional, responsável direta pela degradação da natureza no país. As florestas foram devastadas para obtenção de lenha. Sem a cobertura vegetal, os solos foram lavados pelas chuvas e se tornaram áridos. Sem produção suficiente de alimentos, a fome tornou-se inevitável, alimentando a instabilidade política permanente do país. Tudo isso nos leva a concluir que, no Haiti e no mundo, a questão ecológica está unida à questão social. E, particularmente no caso do Haiti, ambas as questões estão relacionadas à questão demográfica.

http://pt.wikibooks.org/wiki/Haiti

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